terça-feira, 26 de março de 2013

Introdução



Na nossa sociedade apesar de minoria também existem deficientes físicos, portanto é um assunto que deve se levar em consideração, que nossas ruas não estão devidamente apropriados para os deficientes dificultando a inclusão deles na sociedade. Por isso nós escolhemos debater sobre esse assunto, pois essas pessoas também merecem uma devida consideração.
 Um dos pontos mais importantes para adequação de uma casa para deficientes físicos é o espaço livre para locomoção. “Garantir espaços de circulação amplos, que permitam manobra, circulação, aproximação e alcance dos componentes por usuários de cadeira de rodas é fundamental. Isso inclui portas de pelo menos 80 cm de vão, corredores que permitam manobra de 90° para o acesso aos ambientes, eliminação de gabinetes embaixo de tampos e de mobiliário que possam impossibilitar a livre circulação”, explica a arquiteta Sandra Perito, presidente do Instituto Brasil Acessível, instituição sem fins lucrativos que busca a inclusão social de pessoas com algum tipo deficiência.
Com relação à altura dos objetos, a arquiteta Karla Cunha² aponta a norma ABNT NBR 9050:2004¹, responsável pelas alturas e medidas para a acessibilidade. Os interruptores, por exemplo, devem ser posicionados entre 0,60 m e 1,00 m de altura. 
Os cômodos devem ser amplos para que haja fácil acesso para a cadeira de rodas, e os móveis também devem ser de acordo com o espaço exigido. As portas devem respeitar os padrões para que o cadeirante possa passar tranquilo sem se machucar. O banheiro deve ser adaptado ás necessidades, com barras para segurança na hora de sair e voltar para a cadeira permitindo dessa forma que os movimentos³ sejam concluídos confortavelmente sem precisar do auxilio de ninguém. Quanto menos degrau tiver na casa melhor, até na hora de sair e entrar se tiver um desnível mesmo que bem pequeno pode ser de grande risco causando a queda e dificultando a passagem do cadeirante. Todos os móveis devem ser adaptados de acordo com as necessidades, tanto na altura quanto no designer para facilitar e dar mais segurança as pessoas, mas nunca esquecendo que mesmo sendo adaptados eles devem ser modernos acompanhando as tendências de estilos e cores sem perder a sofisticação.                                                                                              

Casas Adaptadas


Mesas e camas de menor altura. Portas e armários eletrônicos. Máquina de lavar roupas com abertura e botões frontais. Essas são algumas medidas simples que facilitam bastante a vida de portadores de deficiência física que podem ser encontradas na exposição A Casa Acessível, na Praça de Eventos do piso inferior do Shopping Center Recife, até 6 de junho. As inovações tecnológicas são aliadas a detalhes baratos, todos para tornar a vida dessas pessoas mais confortável e lhes conferir mais autonomia.
Dividida em 8 espaços, incluindo garagem, a Casa de 200m² é estruturada para mostrar novidades em termos de acessibilidade para surdos, cegos, cadeirantes e outras pessoas com mobilidade reduzida, como idosos e obesos. A Casa tem apoio do Instituto Muito Especial e do Ministério da Ciência e Tecnologia, que buscam chamar a atenção da mídia e do empresariado da viabilidade de construir espaços acessíveis, tanto residências como quartos de hotéis e escolas.
O destaque da Casa são os equipamentos mecânicos, eletrônicos e softwares de computação. Teclados em braile e outros com teclas coloridas e letras ampliadas, lentes de ampliação e softwares leitores de livros, acoplados a um scanner, fazem parte do que seria um kit mais caro, visto que são desenvolvidos especialmente por determinadas empresas e em geral são produzidos sob encomenda.
Os corredores e a abertura das portas são mais largos (1,5m) e, na sala de estar, não há mesa de centro, aumentando a área para manobras em cadeiras de rodas. Os sofás de 46cm de altura não têm braços, facilitando a aproximação e a transferência do cadeirante. A mesa de jantar é mais baixa e tem quinas protegidas para evitar ferimentos. Os telefones e a campainha têm luzes para indicar quando estão tocando.
A pia da cozinha tem ducha móvel, como uma mangueira, podendo direcionar o jato de água. Um armário pequeno em cima da mesa tem prateleira com elevador. No armário maior, as gavetas são abertas por pressão, deslizando suavemente. A despensa conta com uma mão mecânica que ajuda a alcançar as prateleiras mais altas. Na área de serviço, o varal possui ajuste automático.
O banheiro tem tapetes antiderrapantes e várias barras de ferro para apoio, além de ducha com altura ajustável e chuveirinho e uma cadeira automática para submersão em banheiras. Também há duas campainhas para um alarme, caso a pessoa caia e precise de ajuda para levantar.
Essas medidas podem ser essenciais para um futuro com mais idosos. Até 2050, o Brasil contará com 65 milhões de idosos, o triplo da população atual acima dos 60 anos. O Instituto se preocupou em mostrar ao público tanto opções baratas quanto mais sofisticadas, mas tudo visando sempre o maior conforto dos usuários, independente da quantia investida. “Têm mercado consumidor para isso”, afirmou um dos arquitetos do projeto, Renato Leandrini.
Gerli Gomes Alves, 63 anos gostou bastante da Casa. “Se tivesse um banheiro desses lá em casa, minha mãe não tinha levado uma queda. A gente precisou fazer uma obra depois”, contou Gerli. “Eles tão pensando em quem muita gente não pensa”, comemorou o marido Hildeberto Alves, 70 anos. Para o casal, tudo pode ser adaptado para a atual residência deles, o que eles esperam fazer daqui a um tempo. “Por enquanto, vamos sonhando”, completou ele.
CURSO – Paralelo à mostra no Shopping, o Instituto Muito Especial está oferecendo a engenheiros e arquitetos um curso gratuito de “Design inclusivo em residências” nos meses de maio e junho no Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A carga horária de 24 horas de aula será distribuída em três dias, com quatro módulos, e confere certificado.
A expectativa, segundo o presidente do Instituto Marcos Scarpa, é “formar pessoas que tenham pelo menos uma base de acessibilidade para projetar espaços”, sejam residências ou áreas públicas. Esse assunto, afirmou ele, não costuma ser abordado nas faculdades.